O Grupo de Diálogo Civil (GDC) onde está representada a fileira do azeite e das azeitonas reuniu no passado dia 24 de Outubro em Bruxelas.

Esta iniciativa, promovida pela Comissão Europeia, foi um momento de debate e discussão sobre a situação do mercado e da produção do azeite a das azeitonas de mesa com os agentes do sector da Produção, da Indústria e do Comércio. Foi ainda apresentado o “estado da arte” do projecto liderado pela Universidade de Jaén que estuda soluções de integração de práticas de gestão em serviços ecossistémicos fornecidos pelas explorações olivícolas.

Foram apresentados pela Comissão os dados relativos à situação da produção e do mercado para a campanha em curso, 2025/2026. Espanha é o maior produtor e prevê uma produção acima das 1,3 milhões de toneladas de azeite. Portugal apresenta um cenário cauteloso apontando para as 160 mil toneladas, redução de 10% face ao valor da campanha anterior. Sobre a situação do sector em Portugal, Lucinda Pinto, da CNA, em representação da ECVC – Coordenadora Europeia Via Campesina, mostrou preocupação pela redução da produção e acentuada queda dos preços do azeite ao produtor, traduzindo-se numa quebra substancial do rendimento dos produtores do olival tradicional. Deu nota também do impacto dos graves incêndios que assolaram o país (e que destruíram muitas áreas de olivais do norte e centro do país) e dos períodos de temperaturas extremas que afectaram igualmente a produtividade do olival tradicional, sensibilizando a Comissão para este grave problema. Pela ECVC, Antonio Mesa Mora mostrou preocupação com as tarifas impostas ao azeite e azeitonas pelos Estados Unidos a Espanha e ainda com os efeitos de acordo com o Mercosul.