2025-02-21

Língua Azul - CNA reclama apoios pela perda de rendimento e estratégia de prevenção e combate

Com a aproximação da Primavera e com o aumento do risco de propagação da febre catarral ovina (língua azul), a CNA reclama ao Governo uma estratégia clara, eficaz e atempada de prevenção e combate a esta doença que, em 2024, dizimou milhares de animais em Portugal, sobretudo ovinos.

Os produtores pecuários acumularam prejuízos avultados e a resposta do Ministério da Agricultura foi muito tardia e insuficiente.

A medida de apoio ao restabelecimento do potencial produtivo, com vista à reposição de efectivos, ao exigir prejuízos superiores a 30%, exclui um elevado número de produtores lesados.

Esta situação é inadmissível na medida em que os agricultores, sobretudo os pequenos e médios, já enfrentam enormes dificuldades com os baixos preços pagos à produção e os elevados custos com a produção e a sanidade animal.

Assim, é indispensável que o Governo implemente medidas para pôr fim a esta injustiça, atribuindo apoios para o restabelecimento do potencial produtivo a todos os agricultores afectados.

A CNA considera, ainda, que este apoio é insuficiente e reclama uma medida extraordinária que compense os produtores pelas enormes perdas de rendimento devido à morte de animais adultos e borregos, abortos, redução da fertilidade, diminuição da produção de leite, restrições de comercialização, entre outros.

A morte de animais pode também implicar reduções significativas nas ajudas da PAC a que os agricultores têm direito, pelo que o Ministério da Agricultura deve garantir que os produtores não são penalizados por eventuais incumprimentos que decorram da perda de efectivos devido à doença.

No plano da prevenção, importa implementar uma campanha pública de vacinação, com apoios à compra e administração de vacinas, bem como garantir a existência dos stocks necessários para o efeito.

Os produtores pecuários não aguentam passar por mais um ano de dificuldades e o Governo não pode voltar a arrastar os pés atrás do prejuízo, como fez em 2024. Estamos a um mês da Primavera e Ministério da Agricultura tem de definir, de forma urgente e clara, uma estratégia, que ainda não é conhecida, e colocar em prática um plano para travar esta doença em tempo útil.

Os agricultores precisam de saber com o que podem contar e precisam, sobretudo, de minimizar os seus prejuízos.

Coimbra, 21 de Fevereiro de 2025

A Direcção da CNA