A CNA e as suas filiadas nunca se conformaram com a extinção da Casa do Douro (ditada pelo Decreto-Lei n.º 152/2014, durante o Governo PSD/CDS-PP) enquanto associação de todos os viticultores, e por eles gerida, e pessoa colectiva de direito público, democrática, dotada de poderes e atribuições que visavam defender a Região Demarcada do Douro (RDD) e, em especial, os pequenos e médios produtores de uva e vinho desta região, fundamental no panorama agrícola e vitícola do nosso país.

Ao longo destes anos, a CNA reafirmou a proposta de “devolver a Casa do Douro aos pequenos e médios viticultores” da RDD, a qual esteve sempre nas nossas prioridades, quando chamados a intervir sobre a situação e o futuro da agricultura em Portugal.

Desde então, os problemas da RDD têm-se vindo a agravar, empurrando mais e mais pequenos e médios produtores para fora da produção, acentuando os desequilíbrios de mercado entre estes produtores e as grandes casas comerciais. Num contexto marcado por alterações negativas no mercado mundial do vinho, e pelas enormes subidas nos custos dos factores de produção, ficou particularmente evidenciada a falta que faz um organismo que sirva de regulador e estabilizador da produção e do comércio, no sentido de promover os rendimentos dos produtores, que vendem a uva ao mesmo preço de há 25 anos, quando conseguem vender, e tantas vezes sem qualquer contrato.

Foi a luta e a persistência dos viticultores durienses que fez com que a Casa do Douro finalmente recuperasse a sua natureza pública, com a Lei n.º 28/2024. Este foi um passo positivo, que interessa agora consolidar, colocando à frente da Casa do Douro gente empenhada em que esta retome o importante papel que pode ter na RDD.

A CNA pode orgulhar-se do contributo empenhado que vários dirigentes e associados das suas filiadas deram para a construção de um projecto com essas características, dando corpo a um amplo e diversificado espaço de convergência que verdadeiramente representa a unidade dos pequenos e médios produtores durienses.

A CNA pode também orgulhar-se de nunca ter abandonado os pequenos e médios produtores durienses, como ficou patente na Manifestação realizada em Agosto deste ano, no Peso da Régua.
Uma coisa é certa: não é com quem votou a Casa do Douro à irrelevância, foi conivente com o desmantelamento da Casa do Douro enquanto associação pública, e tem o apoio dos grandes interesses instalados na RDD, que a Casa do Douro vai retomar o papel relevante que pode, deve e precisa de ter. Os pequenos e médios viticultores durienses sabem-no por experiência própria.

Todo o caminho percorrido até aqui, objectivos e propostas estão consubstanciados na Lista A, que se apresenta com o lema “Devolver o Douro aos pequenos e médios viticultores”. A CNA manifesta assim publicamente o seu apoio a esta candidatura, apelando a todos os pequenos e médios produtores que não faltem com o seu voto.

Reafirmamos, da nossa parte, toda a disponibilidade para ajudar a cumprir o lema da Lista A, construindo uma Casa do Douro capaz de ser um bastião dos interesses, da qualidade e do património da RDD e dos seus principais construtores: os pequenos e médios produtores.

Coimbra, 19 de Dezembro de 2024
A Direcção da CNA