2024-04-04
A Direção da ADACB na sua primeira reunião após a eleição do órgãos sociais e no seguimento da tomada de posse do novo Governo de Portugal decidiu tomar posição pública e reclamar a adoção de medidas visando a resolução dos muitos problemas que afetam os agricultores e os produtores florestais da nossa região.
Tal como temos alertado o esmagamento dos preços na produção, arrasta-se há muitos anos sem que tenha havido vontade política de resolver esta injustiça, levando ao progressivo empobrecimento e ao encerramento de muitas explorações agrícolas. Os consumidores são também vitimas desta situação porque é cada vez mais caro pôr comida na mesa, enquanto as detentoras das principais cadeias de supermercados continuam a registar lucros milionários.
A própria Comissão Europeia, num relatório de Fevereiro da Direção Geral para a Economia e Assuntos Financeiros, chama a atenção para as margens e os lucros das empresas do sector da distribuição têm um peso considerável na inflação registada nos bens alimentares nos últimos anos.
Na campanha eleitoral para as eleições legislativas foram feitas muitas promessas aos agricultores e agora é necessário que o novo Governo intervenha na UE contra a injusta distribuição de rendimentos entre a produção, a distribuição e a comercialização. É necessário regionalizar os apoios comunitários tendo em conta os custos de produção em cada região.
Para a ADACB é urgente que o novo Governo intervenha para garantir o escoamento a preços justos para os agricultores, com a aplicação de uma Lei que proíba pagar aos produtores abaixo dos seus custos de produção e com a regulação e fiscalização da atividade da grande distribuição.
A ADACB reclama o reforço do Ministério da Agricultura, das Florestas e do Desenvolvimento Rural, com competências reforçadas, com meios e recursos humanos para apoiar o trabalho e a gestão das explorações agrícolas, reforço que terá de passar pela reversão da extinção das Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP).
A ADACB reclama apoios e dinamização do Movimento Associativo da agricultura familiar e a concretização plena do Estatuto da Agricultura Familiar. Reclama ainda a resolução do grave problema dos prejuízos causados por animais selvagens e a justa distribuição das ajudas da PAC – Política Agrícola Comum. A ADACB vai continuar a intervir sobre os problemas do setor e manifesta total disponibilidade para colaborar com as entidades competentes para apoiar os agricultores e a produção agro-florestal.
Fundão, 3 de Abril de 2024
A Direção da ADACB