2024-01-30
A CNA reuniu segunda-feira, 29 de Janeiro, a sua Direcção e o seu Conselho Nacional para analisar a situação dos Agricultores portugueses na sequência dos cortes conhecidos na semana passada nas ajudas da PAC.
Como a CNA referiu anteriormente, todos estes cortes – os agora conhecidos que acumulam com outros já previstos – são fruto de más opções do Ministério da Agricultura na programação do PEPAC, não são um problema de metas ou indicadores, não acontecem por acaso nem por incompetência, mas sim por uma opção deliberada inúmeras vezes contestada pela CNA. Eles são filhos da Reforma da PAC aprovada na União Europeia, ao serviço dos grandes interesses do agronegócio.
Um mercado em que os agricultores são subjugados ao “quero, posso e mando” da grande distribuição que paga a preços miseráveis e um sistema de ajudas injusto e cada vez mais complexo põem em causa milhares de explorações, não só em Portugal, mas em toda a Europa.
São anos a viver desta forma, com sucessivos Governos nacionais, de diferentes maiorias, a não quererem resolver o problema, mantendo um sistema que tem sido um autêntico rolo compressor para muitos agricultores familiares, com as políticas do “produzir para exportar” enquanto a fome atinge muitas famílias.
Desde que a CEE entrou em Portugal foram eliminadas 52% das explorações, na sua maioria pequenas e médias, e actualmente mais de 100 mil não recebem qualquer ajuda.
A CNA, que desde sempre contestou esta política agrícola e que tanto tem lutado pela valorização da agricultura e dos agricultores, não pode deixar de acompanhar a insatisfação e revolta que hoje existe nos campos.
Mesmo num contexto de um Governo em gestão e eleições legislativas, a CNA e as suas associadas irão promover um conjunto de iniciativas regionais de protesto – reuniões, concentrações de agricultores, marchas lentas e manifestações – com vista à construção de caderno de reclamações, com medidas concretas que um novo Governo possa implementar.
Para estas iniciativas a CNA, lança as seguintes reclamações:
A CNA apela a todos agricultores que se revêm nestas revindicações que se juntem a nós, para que, juntos possamos lutar pelo futuro da nossa agricultura, pelo desenvolvimento do mundo rural e do País.
A CNA levará estas preocupações e reclamações já esta semana a Bruxelas, em duas reuniões a realizar no dia 31 de Janeiro com a REPER – Representação Permanente de Portugal Junto da União Europeia e a 1 de Fevereiro na mesa-redonda “PAC em Português” promovida pela CNA com os deputados portugueses ao Parlamento Europeu.
Coimbra, 30 de Janeiro de 2024
A Direcção da CNA