2022-04-11

Agricultores do Louriçal reclamam regulação dos custos de produção

Numa iniciativa promovida pela União de Agricultores do Distrito de Leiria, com o apoio da CNA, dezenas de agricultores protestaram no domingo (10 de Abril) no Louriçal (Pombal), para denunciar as dificuldades da Agricultura Familiar e reclamar ao Governo a adopção de medidas para inverter a situação de crise que estão a viver.

Depois da pandemia, a difícil situação da Agricultura Familiar tem-se agravado em consequência da seca e da guerra na Ucrânia e com a escalada dos preços dos factores de produção, como gasóleo, rações, fertilizantes, entre outros, muito impulsionada pela especulação.

Pagar muito para produzir e vender a produção a preços de há vinte ou trinta anos não é sustentável e os agricultores não ganham par as despesas. Para poderem continuar a produzir é necessário que o Governo tenha coragem política para regular o mercado, pondo limites nos preços dos factores de produção e adoptando medidas para garantir preços justos à produção, nomeadamente através da implementação de uma lei que proíba que se pague aos agricultores abaixo dos seus custos de produção.

António Ferraria, da UADL, referiu durante a iniciativa que é preciso que o Governo apoie a Agricultura Familiar, que constitui 90% da agricultura em Portugal, e não continue apenas focado nos grandes proprietários de terra, que acumulam ajudas, muitas vezes sem produzirem.

Os agricultores reclamaram ainda Indemnizações pelos prejuízos causados nas culturas por javalis e outros animais selvagens e serviços públicos de qualidade no meio rural, incluindo médicos de família, de forma a dar mais dignidade a quem vive no campo.

As reclamações, plasmadas num documento, serão entregues ao Presidente da Câmara Municipal de Pombal, com o apelo de que as transmita à ministra da Agricultura e Alimentação e ao Presidente da República.

A UADL, com o apoio da CNA, continuará a lutar sempre com os agricultores por medidas que garantam a viabilidade das explorações agrícolas familiares, pois são elas que garantem a alimentação da população, dinamizam as economias locais e o território e são pilar estruturante da Soberania Alimentar do País.

Neste sentido, está já agendada uma nova acção de protesto para S. Mamede (Batalha), a 20 de Abril, pelas 10 horas.