2019-10-16

"Dia Mundial da Alimentação" - Oportunidade para algumas considerações estratégicas

Assinala-se, hoje, o Dia Mundial da Alimentação.
 
Da parte da CNA, oportunidade para saudar as Agricultoras e os Agricultores que produzem dos melhores alimentos, no seu trabalho diário e em comunhão com a Natureza.
 
Eis, pois, um aspecto que deve ser valorizado também ao nível das políticas públicas. Com opções e medidas práticas capazes de contribuir para o aumento dos rendimentos das pequenas e médias Explorações Agroflorestais, da Agricultura Familiar em Portugal.
 
Neste contexto, destaque para a necessária concretização do Estatuto da Agricultura Familiar, reclamação que a CNA desde já coloca perante Governo e Assembleia da República saídos das eleições de 6 de Outubro.
 
Escoamento da Produção Agroalimentar
 
Mais e melhores Mercados Locais e de Proximidade
 
CNA considera que o escoamento, a melhores preços à Produção Nacional dos Alimentos, designadamente dos provenientes das Explorações Agrícolas Familiares e da pequena e média Indústria Agroalimentar, também passa pela criação e operacionalização de muitos Mercados Locais e de proximidade, em conjugação com o combate à “ditadura comercial” dos hipermercados. Aliás, estes objectivos constituem forma de também assegurar a melhoria da qualidade alimentar da População Portuguesa e de outras Regiões.
 
Deve ser prioridade civilizacional o combate à fome e à desnutrição
 
O nosso País mantém uma taxa elevadíssima da sua População a passar fome e desnutrida. O combate eficaz a esta situação deficitária, deve ser uma das grandes prioridades nacionais.
 
No plano internacional, a situação é ainda pior em várias Regiões do Planeta, com milhões de Seres Humanos a morrerem à fome e, isto, mesmo em regiões onde não há guerras.
 
As causas profundas desta trágica situação, encontram-se no sistema mais globalizado, chamado de “neoliberalismo”, no caso com as trocas comerciais de alimentos, à escala quase global, a funcionarem em favor das multinacionais do sector e do agro-negócio, ao abrigo de múltiplos acordos ditos de “livre comércio”.
 
No contexto, os países maiores produtores/exportadores, exportam os grandes excedentes do seu agro-negócio para várias e mesmo distantes Regiões, o que muito contribui para a destruição dos sistemas produtivos locais e para a expulsão dos Agricultores das suas terras e para o abandono das suas produções mais tradicionais. Por assim dizer, o sistema dominante (produção intensiva) à escala quase global, sendo uma “máquina” de produzir excedentes agro-alimentares também é uma “máquina” de produzir fome !
 
Para assegurar uma Alimentação saudável e acessível, são necessárias outras e melhores políticas agro-alimentares e de mercados, à escala nacional e à escala internacional.
 
Coimbra, 16 de Outubro de 2019
A Direcção da C N A