2021-07-20
Por influência da COVID-19, ou por problemas geopolíticos nos países de maior produção de factores de produção para a Agricultura, o facto é que nesta campanha houve um aumento brutal dos preços dos factores de produção. A verdade é que a COVID-19 com o encerramento da restauração, por exemplo, que normalmente absorve muita produção agrícola local, veio agravar as dificuldades de comercialização e consequentemente os Agricultores viram os seus rendimentos a baixar.
Os custos das rações dispararam com o aumento do preço dos cereais nos mercados e mantêm-se elevadas as despesas com a electricidade, os combustíveis, os fertilizantes e a sanidade animal…
Às dificuldades dos Agricultores em suportar os elevados custos dos factores de produção, acresce que se antecipa um forte impacto na execução dos projetos agroflorestais, nas suas várias linhas, já que as candidaturas na forma em que as conhecemos não prevêem mecanismos de compensação implicando um maior esforço e taxas de comparticipação por parte dos promotores agrícolas. Ao mesmo tempo enfrenta-se preços demasiado baixos na produção - a valores de há muitos anos atrás – o que está a criar problemas de solvabilidade e liquidez das explorações agrícolas.
Prevemos ainda o agravamento desta situação com o fim das moratórias de crédito.
Se não aumentar o preço a que vendemos a nossa produção e se a situação se mantiver serão cada vez menos os Agricultores que conseguem resistir, pois serão forçados a abandonar a actividade e recorde-se que nos últimos dez anos, de acordo com os censos agrícolas promovidos pelo INE registaram-se menos 15.500 explorações.
Sem mais demoras, o Ministério da Agricultura e o Governo têm de adoptar medidas para combater, de forma eficaz, a especulação com os preços dos fertilizantes, combustíveis, das rações e de outros factores de produção; aumentar o benefício do gasóleo verde e colorido para os Agricultores e repor a “electricidade verde” para o valor a incidir sobre a totalidade da factura (termo fixo e consumo).
Face à actual situação a ADACB reclama:
A Direcção da ADACB
Fundão, 20/07/2021